14 de out. de 2010

and I miss you is not enough

This is not a love story. 

This is a sad, sad, sad illusion.

Você nunca imagina que algumas coisas vão acontecer justamente com você. Sim, com você. Por que não com o Joãozinho? Por que não com a Mariazinha? Por que não com a Ana, a Beth, a Fernanda? Por que você? Por que você foi escolhido?

Você se pergunta todos os dias a mesma coisa.  Por quê? Por que aconteceu com você? Por que logo você? E nenhuma resposta surge do eco e do abismo da pergunta. Por quê? Por quê? Por quê? Nenhuma resposta, nenhuma voz, nenhuma explicação. Nada. Ninguém vai falar porque isso aconteceu logo com você.

Algumas pessoas vão tentar elaborar algumas respostas. Você vai se acostumar com algumas pouco a pouco, já que a grande resposta nunca irá surgir. Outras respostas como: "era para ter sido", "aconteceu", ou simplesmente, "é a vida", vão fazer você se sentir um pouco mais confortável.

A velha pergunta ainda estará lá. Gritando todos os dias, lutando contra seu corpo e seu espírito. A velha pergunta escutará músicas e verá rostos e você continuará louco se perguntando: por que comigo? Por que assim? Por que dessa forma?

Depois de um tempo você começa a entender que talvez a pergunta não precisa ser dirigida a uma grande voz, um grande eco ou a uma grande pessoa, mas a você mesmo. A velha pergunta começará a perturbar seu sono e não deixará você dormir. Pensará, calmo, que talvez não exista resposta para a velha pergunta.

Que grande, velha, péssima e angustiante pergunta! Você já não suporta acordar todos os dias pensando na mesma questão. Você se perguntará todos os dias porque a distância é a melhor solução para todos as perguntas. Você pensará: "não cultivarei a distância, não suportarei os dias".

Os dias passam e a mesma sensação de fracasso e de ilusão permeia seu cotidiano. "Por que não posso.. Por que não posso ficar perto?" Você pensa. A velha discussão sobre como poderemos ser melhores longe um do outro nos habita pouco a pouco...mas você continua pensando: por quê? Por que tão duro, tão de repente?".

E então, em um de repente não mais que de repente, você chega a conclusão que não se trata da terceira pessoa do singular, mas sim da primeira pessoa do singular..De uma hora para outra, as velhas questões, velhas respostas e velhas perguntas começam a se ressignificar, e você começa a utilizar o "eu": E eu, que plantei no meu jardim tudo o que existe de melhor em mim e em você. E eu, que jamais acreditei em tardes ensolaradas e pensamentos desconcertantes. E eu, que não acreditava que sorrisos poderiam me fazer sorrir. E eu, que sentei ao seu lado, em uma tarde de sábado... e vivi tudo aquilo que um dia achei que não pudesse viver. E eu, que passei a acreditar que momentos sinceros e bonitos ainda são possíveis de acontecer...

Construi em mim todas as coisas mais bonitas, mais claras e mais doces. Achei que estava alimentando uma erva daninha, mas acabei plantando uma grande samambaia. Você começou a destruir minhas janelas, minhas paredes, meus limites. Você...

Estou ácida e seca por dentro. Vivo na esperança de "um dia depois..". Vivo o momento em que você voltará. Sempre, aqui, na minha vida, no meu quarto, nos meus livros, nos meus cds, nas minhas lembranças. Nas minhas canetas, nos meus papéis, na minha escrita. Vivo o "você-em-mim". Vivo a oportunidade de mais um dia ensolarado, de mais uma noite doce. Vivo suas palavras, seus gestos, seu sorriso.

Não sei se estou vivendo, quem sabe amanhã...quem sabe depois, quem sabe "um dia após esse dia", quem sabe um dia após essa tarde. Quem sabe sempre, quem sabe hoje, quem sabe agora.

Talvez hoje, amanhã, ou daqui um mês, você possa reviver em mim. Talvez você apareça em 367 dias. Talvez eu esteja longe de casa, talvez eu seja alguém que você não conheceu hoje. Talvez esteja entretida com minhas outras questões existenciais. E aí, talvez, você pense que seja mais fácil e mais prático você simplesmente sumir. E você some...

Um comentário:

  1. No fundo a gente sempre sabe porque não foi com qualquer outra pessoa.
    :*

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