27 de jan. de 2011

Entre nós.

"Às vezes parece até que a gente deu um nó"
Quando tudo pareceu sem tom, sem graça, sem som, você chegou. Sim, você. Eu não esperei em nenhum momento pela "grande pessoa", pelo "grande momento", ou pelo "grande amor". Já não acreditava em grandes, absurdos e mágicos amores. Já não acreditava que em algum momento existiria uma contemplação interior tão imensa e tão intensa que me perderia dentre os nós. Agora os nossos nós se perderam entre eu e você. 

Já não acreditava em bons dias, boas tardes e boas noites. Já não acreditava em momentos únicos e desconsertos necessários. Durante algum tempo, vivemos um mundo paralelo e não acreditamos estar no mesmo lugar. Eu estava aqui, você estava aí, mas, ao mesmo tempo, entre os nossos nós e nossos eus, estavámos no mesmo lugar.

Deito-me nos seus braços e peço para que fique em silêncio. Comunicamos aos nossos muitos eus o sentimento de olhar, de contemplar, de sentir tudo o que se passa ao nosso redor. Ao pôr-do-sol, enquanto olho os seus olhos, penso: chegamos perto da perfeição.

As nossas paredes são limites. O nosso amor é uma pequena amostra desse lugar.  Pequenos, breves e sarcásticos momentos vivemos enquanto outros olham e pensam: como são singelos os seus olhares, tão ilegais.

Penso nesses nós e nesses eus. Penso em você e em mim. Eu poderia morrer agora e ainda lembrar que me baguncei inteira dentro de você e agora estou perdida. Poderia ir embora agora e ainda assim lembrar que estive perto da ideia mais sensível e singela de "amor". Poderia escrever um livro com as linhas e os nós, com as palavras e os gestos. Poderia desenhar todos os seus movimentos e gravar no meu eu mais íntimo. Poderia escrever em mim todas as suas palavras, poderia fincar no meu coração os nossos dias. Poderia escrever o mundo nas suas mãos e te dar de presente o que tem de mais bonito em mim. Entrego à você os meus nós e as minhas linhas. Receba-me.

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