6 de mai. de 2011

Vestígios de Alice - II

"It's too late, I'm no longer full, just uncomfortable, uncomfortable..."
Seus papéis rasgados, discos quebrados, caixas estocadas, cartas não enviadas... tudo agora reconstruído. Seus pedaços, seus vestígios, seus sentimentos.. Alice agora tentava juntar tudo com durex, com fitas, com lágrimas. Reconstruir-se, recompor-se, reinventar-se.

Suas lágrimas se mesclavam a um gosto amargo de fracasso e solidão. Alice, sua paz, sua vida, seu coração. Por um longo tempo achava que seria completa, por um longo tempo. Por um tempo, através desse tempo, ela havia acredito na forma mais bonita e singela de amor.

Nada mais restava, senão lágrimas, confusões mentais, recomposições falidas, sentimentos alheios, raiva, dor e outros elementos embaraçados. Alice já não dormia, já não comia, já não sorria, já não amava. Suas manhãs, tardes e noites eram um eterno mal-estar, um sentimento vazio e uma dor sem precedentes.

O que aconteceu com a sua vida? Quanto tempo Alice se fadará a escrever? O que dói tanto, Alice? O que machuca tanto? Você, que achava que seus problemas eram visuais, estéticos. O que aconteceu agora? Acorde, Alice.

E ela ia vivendo os dias como se outros dias não existissem. Cada dia a mais era uma espécie de "um dia a mais que não passa". Os dias vazios, os dias vazios.. seus dias vazios. Cada dia mais procurando razão em alguma coisa. Cada dia mais.. sem encontrar. Vazia, sozinha, fadada e doída.

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